História 1
Tinha chegado o fim da aula de educação física dele e caminhei até au pavilhão para o ver. Ele ainda não sabia de nada e nem esperava-me encontrar ali.
Passei pelo portão que separa a escola secundária do pavilhão. Sabia que tinhas de aparecer em breve, e, de repente, tu apareces de cabelo molhado e cara corada, vestindo uma t-shirt branca, calças e ténis, com as mochilas nas costas e no antebraço.
Olhas-te e deparas-te comigo olhando-te enquanto caminhava no sentido oposto. Desviei o olhar logo de seguida, corada, vendo-te desviar também, e então cruzámo-nos.
Rapidamente aproveitei a coragem que ainda me restava e chamei-te, voltando-me. Voltaste-te também com um turbilhão de sentimentos espelhados nos olhos, fixando os meus. Aproximei-me devagar.
Calei-me tentando encontrar a coragem que me tinha fugido e engolindo tudo o resto deitei o que há muito tinha preso e guardado em mim.
“Eu…”. … não sabia mais o que dizer, apenas sabia que tinha que continuar, que não podia acabar. Os teus olhos prendiam-me pacientemente, e então…
“Eu… gosto de ti… . Eu… estou apaixonada por ti… .”
E finalmente senti um peso e um espaço saírem de mim. Desviei o olhar por um milésimo e voltei a olhar-te. No teu olhar vi uma luminosidade, uma cor que nunca tinha visto, o que me fazia ter vontade de sorrir.
Continuavas sem mencionar uma única palavra e um medo cresceu em mim. Tinha medo de que toda a esperança, que toda a fantasia, todo o pensamento tivesse sido em vão, e então desviei o olhar já com tristeza nos olhos.
“Se… se não gostas de mim, se não sentes o mesmo, por favor diz-me.”
Voltei a olhar pra ti com timidez e receio. O fogo tinha abrandado no teu olhar, mas o turbilhão de emoções continuava à vista. Ajeitaste-te de modo a pores-te mais confortável e desviaste por uns instantes também o olhar.
“Sim…” respondeste-me olhando-me com um olhar atrevido mas fogoso.
“Eu.. também gosto de ti… .” E sorriste-me olhando-me também com um sorriso nos olhos.
Eu mal queria acreditar no turbilhão de sentimentos que me invadia e as palavras que eu tinha acabado de ouvir, e sem me poder conter mais também sorri.
Pegaste na minha mão e levaste-me dali leve e repentinamente para a frente do campo por trás dos arbustos, e, deixando cair as mochilas, puxaste-me delicadamente e beijaste-me ardorosamente, envolvendo-me nos teus braços fortes e as minhas mãos pousadas no teu peito, como há muito tínhamos sonhado e como se tivesse sido tudo planeado.
FIM